Dia desses eu estava falando sobre o silêncio e, eu meio que entreguei o jogo no final e dei uma resposta para os problemas do Ego, foi no último texto que eu escrevi aqui no blog, talvez tenha ficado meio implícito, mas quem percebeu, se ligou na ironia que é falar sobre esse assunto. Se você quiser dar uma olhada é nesse link aqui: a chave é o silêncio
Dando sequência no pensamento, veio-me um vislumbre no ano passado de uma famosa história (que eu estou tentando absorver até agora) e que eu gostaria de compartilhar aqui, a história deve ter vindo lá do pessoal do oriente, pessoal avançado nas artes sutis. E pensar que há mais de 5 mil anos atrás já tinha gente falando sobre quais eram as energias invisíveis que permeavam o nosso mundo.
Falar em energia invisível já dá um três tipo de chilique em algumas pessoas, mas o que estou falando aqui nada mais é do que dos campos dimensionais dos sentimentos, emoções, raciocínio, intuição, e a coisa vai subindo, mas que não vem o caso aqui. Mas viu só, como não é nada demais! Ou você concorda comigo ou você me prova que você consegue ver as emoções andando por aí com rostos, pernas e identidades especificas. Não vi nenhuma entidade mental aparecendo no jornal até hoje, coisa louca né.
O que eu já vi são gestos, movimentos biológicos, comportamentos, efeitos daquilo que vem de um lugar que não vemos, mas, que chamamos de consciência. Dizem por aí que lá do outro lado do continento também já se falava da existência dos Chakras, centros de forças humanas ligados às glândulas e aos órgãos do nosso corpo, por onde passeiam os nossos desejos e vontades.
Mas voltando para a nossa famosa história, que você deve estar já intrigado e se perguntando quando que eu ia começar a contar sobre ela, é mais ou menos assim:
Estavam num barco um sábio e um ignorante (dono do barco), lá pelas tantas o barco começa a inundar e o ignorante começa a tirar a água do barco com um balde. O sábio, querendo ajudar, avisa ao ignorante que não iria adiantar fazer o que ele estava fazendo, e entrega para o ignorante uma boia, fala para ele que use assim como o sábio estava fazendo, pois assim eles se salvariam. O ignorante, porém, além de não prestar muita atenção no sábio, não queria admitir que o barco iria afundar, menosprezou a ajuda do sábio e falou que ele era louco. Quando a água já estava por todos os lados e não se tinha mais o que fazer, o sábio olhando para aquele cenário onde o ignorante iria morrer afogado antes de tentar ouvir o que o sábio lhe dizia, encontra um colete salva-vidas e joga para perto da onde o ignorante estava, mas sem que o ignorante percebesse que foi o sábio que colocou ela lá. O sábio, com sua boia, vai para longe. Em certo momento de desespero, o ignorante olha para o colete salva-vidas e pensa “caramba, achei um colete salva-vidas, sou um gênio! Vou vestir esse colete e me salvar”. O ignorante se salva e depois ainda sai contando vantagem da sua destreza em sair daquele apuro.
Eaí, qual é a moral da história?
Vocês devem ter percebido que eu contei essa história do meu jeito, mas é porque eu não lembro da história direito e não sei se ela existe de fato, mas eu quis contar ela mesmo assim e tentei passar pelo menos a essência para vocês, acho que consegui.
Podemos tirar alguns aprendizados com essa história, eu mesmo tirei um dos mais importantes para mim recentemente. Bom, primeiro que ninguém quer ser o ignorante dessa história – ainda mais que eu não dei nenhum nome para os personagens e só os chamei pelas suas características para atrair ainda mais a sua atenção -, mas na vida real nós somos os ignorantes. Várias vezes. Ignora isso só quem não quer ver hehehe.
Outra lição é que quando você quer mostrar um caminho novo para alguém que não tem a mesma consciência da situação como você, normalmente a primeira tentativa é falar para a pessoa fazer algo, mas, o que não é nenhuma novidade, é que as pessoas não estão habituadas às novas ideias, então você na verdade vira o non-sense da história e parece que o papel se inverte.
Resistir a essa situação é complicada porque ela é comum nas nossas relações. Contudo, nós temos uma outra questão profunda e implícita aqui também, que é: geralmente, quando nós temos as soluções para os problemas dos outros, nós queremos o reconhecimento disto, queremos os créditos e queremos ainda que as pessoas nos vejam como líderes inovadores. Isso é arrogância. E aqui eu já me vi muitas vezes.
O jogo entre o orgulho e o ego é ligeiro demais! É tipo um labirinto cheio de desafios que você tem que descobrir como superar as barreias para não cair nas armadilhas das auto sabotações.
Você nota que o sábio na história entrega a solução do problema de graça, pois ele está mais preocupado com a vida que está em risco do que obter algum mérito por saber o óbvio, que não era tão óbvio para quem estava ali com ele. O engraçado é que o ignorante também é orgulhoso e não quer receber ajuda, ele toma para si todas as medalhas mesmo até sabendo que muitos já tinham passado por aquele caminho.
Essa história também é a da nossa sociedade, do espiritualizado que se espiritualizou e se achou superior a aqueles que ainda não se espiritualizaram. Do vegano que parou de comer carne e que está aí julgando aqueles que ainda comem. Das pessoas que conseguiram algum bem material na vida e tiram sarro daqueles que estão ali lutando para chegar em algum lugar melhor. Do depressivo que conseguiu se reerguer e agora acha que manja das dificuldades de todas as pessoas.
Eu poderia ficar até amanhã citando casos parecidos, mas o ponto não esse, o ponto é: não somos melhores nem piores que ninguém, todos podem ser nossos professores e sempre temos algo a aprender, com amigos ou inimigos, na alegria ou na dor, do rico ao pobre.
A tia da limpeza tem tanto a nos ensinar quanto o nosso chefe. Pense que para nosso café estar quentinho e saboroso hoje, ele teve que passar por várias mãos até ele chegar as nossas. Isso é ser humilde, a humildade está em todos os lugares. E, para nossa grande surpresa, na maioria das vezes vem de onde menos esperamos.
Por isso que a mudança interior é fundamental e ao mesmo tempo trágica, porque queremos ver a mesma mudança no outro, com a mesma intensidade e força de vontade que nós fizemos e tivemos para chegar no atual estado que nós nos encontramos, mas isso meus caros e caras, é impossível.
O aprendizado de que estamos falando se chama autoconhecimento e não outroconhecimento, para conhecermos o outro nós temos que viver na pele a realidade dele. Você já visitou a favela para ver como ela está? Ou qualquer outra realidade fora da sua bolha.
Nós podemos ser no máximo um exemplo, porque este sim, pode ser considerado um professor, que ensina muito mais do que as palavras. A ação das nossas renúncias é muito mais valiosa e agregadora do que as das nossas glórias.
Todos, para chegar em qualquer patamar de evolução, tiveram que abrir mão de alguma coisa para chegar onde estão, é isso o que interessa, do que estamos abrindo mão para ter um futuro melhor, sustentável e mais próspero?
A lição, portanto, é ser exemplo, exemplo para si mesmo, quieto, no nosso canto, sem precisar de reconhecimento, sem medalhas. A mudança pessoal é necessária pois é o início da solução, do fator mais crítico, que são as estruturas preconceituosas, autoritárias e repreensivas.
Mas a mudança de verdade tem que vir da coletividade, e se tiver algum mérito nisso, vai ser do coletivo e não do unilateral. Só se tiver mudança no sistema aí sim podemos enxergar uma luz no fim do túnel, se não, é pura vaidade e ilusão acharmos que somos superiores por causa das nossas ações individuais.
Era isso! Deixa o seu comentário aqui e vamos alongar a discussão!
Obrigado se leu tudo até o final, sei que o texto foi pesado, mas eu precisava compartilhar o que estava dentro de mim e que já tinha um tempinho que estava pedindo para sair.
Só mais uma última coisa, nos primeiros parágrafos do texto eu falei sobre um assunto um pouco diferente, energias invisíveis, pontos de forças e tal, o que você acha sobre isso? Gostaria de mais conteúdo sobre?
Continue acompanhando!
K.

Your point of view caught my eye and was very interesting. Thanks. I have a question for you.
Thanks for sharing. I read many of your blog posts, cool, your blog is very good.
Belíssimo textoooo!
E sim gostaria de mais assuntos sobre energias invisíveis, muito bom a forma que explicou sobre..
Obrigado!!!
Seus comentários sempre me motivam, obrigado por isso 🙂
Sobre as energias invisíveis aguarde então que vem coisa por ai!