Um socialismo de Antônio Cândido de Mello e Souza que me surpreendeu.

Com muito menos pretensão de fazer uma longa investigação, escrevo este texto como um curioso, que em uma rápida pesquisa no Google, pude descobrir o que qualquer pessoa descobriria.

Espero que as linhas aqui escritas possam ser lidas com bons olhos, e que sirvam mais como uma curiosidade histórica do que uma pregação ideológica.

Resolvi começar este texto assim, pois é uma tentativa minha de diminuir o impacto reativo, que interrompe leituras que confrontam com a nossa maneira de pensar o mundo. Ficando com o já conhecido, não nos abrindo para o diferente ou o novo.

Tomara que quando optarmos pela mão esquerda ou pela mão direita, não iremos nos esquecer que as duas mãos fazem parte de um corpo só, do nosso corpo, e que querer decapitar uma das mãos seria uma loucura assumida, pois isso só ocorre em meio à uma doença ou acidentalmente, nunca em sã consciência.

Bom, depois de dito tudo isso, vamos ao que interessa.

Antônio Cândido de Mello e Souza
Foto de Antônio Cândido de Mello e Souza

Em uma entrevista concedida à jornalista Joana Tavares, do Brasil de Fato, em 2011, Antônio Cândido comenta sua visão sobre o socialismo:

J: O senhor é socialista?

A: Ah, claro, inteiramente. Aliás, eu acho que o socialismo é uma doutrina totalmente triunfante no mundo. E não é paradoxo. O que é o socialismo? É o irmão-gêmeo do capitalismo, nasceram juntos, na revolução industrial. É indescritível o que era a indústria no começo. Os operários ingleses dormiam debaixo da máquina e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. Isso era a indústria. Aí começou a aparecer o socialismo. Chamo de socialismo todas as tendências que dizem que o homem tem que caminhar para a igualdade e ele é o criador de riquezas e não pode ser explorado. Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, solidarismo, cristianismo social, cooperativismo… tudo isso. Esse pessoal começou a lutar, para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais que doze horas, depois para não trabalhar mais que dez, oito; para a mulher grávida não ter que trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças. Coisas que hoje são banais. Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: “o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana”. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais-valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais-valia não tem limite. Marx diz na “Ideologia Alemã”: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias… tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia.

J: Por quê?

A: Virou capitalismo. A revolução russa serviu para formar o capitalismo. O socialismo deu certo onde não foi ao poder. O socialismo hoje está infiltrado em todo lugar.

J:O socialismo como luta dos trabalhadores?

A: O socialismo como caminho para a igualdade. Não é a luta, é por causa da luta. O grau de igualdade de hoje foi obtido pelas lutas do socialismo. Portanto ele é uma doutrina triunfante. Os países que passaram pela etapa das revoluções burguesas têm o nível de vida do trabalhador que o socialismo lutou para ter, o que quer. Não vou dizer que países como França e Alemanha são socialistas, mas têm um nível de vida melhor para o trabalhador.

J: Para o senhor é possível o socialismo existir triunfando sobre o capitalismo?

A: Estou pensando mais na técnica de esponja. Se daqui a 50 anos no Brasil não houver diferença maior que dez do maior ao menor salário, se todos tiverem escola… não importa que seja com a monarquia, pode ser o regime com o nome que for, não precisa ser o socialismo! Digo que o socialismo é uma doutrina triunfante porque suas reivindicações estão sendo cada vez mais adotadas. Não tenho cabeça teórica, não sei como resolver essa questão: o socialismo foi extraordinário para pensar a distribuição econômica, mas não foi tão eficiente para efetivamente fazer a produção. O capitalismo foi mais eficiente, porque tem o lucro. Quando se suprime o lucro, a coisa fica mais complicada. É preciso conciliar a ambição econômica — que o homem civilizado tem, assim como tem ambição de sexo, de alimentação, tem ambição de possuir bens materiais — com a igualdade. Quem pode resolver melhor essa equação é o socialismo, disso não tenho a menor dúvida. Acho que o mundo marcha para o socialismo. Não o socialismo acadêmico típico, a gente não sabe o que vai ser… o que é o socialismo? É o máximo de igualdade econômica. Por exemplo, sou um professor aposentado da Universidade de São Paulo e ganho muito bem, ganho provavelmente 50, 100 vezes mais que um trabalhador rural. Isso não pode. No dia em que, no Brasil, o trabalhador de enxada ganhar apenas 10 ou 15 vezes menos que o banqueiro, está bom, é o socialismo.

J: O que o socialismo conseguiu no mundo de avanços?

A: O socialismo é o cavalo de Troia dentro do capitalismo. Se você tira os rótulos e vê as realidades, vê como o socialismo humanizou o mundo. Em Cuba eu vi o socialismo mais próximo do socialismo. Cuba é uma coisa formidável, o mais próximo da justiça social. Não a Rússia, a China, o Camboja. No comunismo tem muito fanatismo, enquanto o socialismo democrático é moderado, é humano. E não há verdade final fora da moderação, isso Aristóteles já dizia, a verdade está no meio. Quando eu era militante do PT — deixei de ser militante em 2002, quando o Lula foi eleito — era da ala do Lula, da Articulação, mas só votava nos candidatos da extrema esquerda, para cutucar o centro. É preciso ter esquerda e direita para formar a média. Estou convencido disso: o socialismo é a grande visão do homem, que não foi ainda superada, de tratar o homem realmente como ser humano. Podem dizer: a religião faz isso. Mas faz isso para o que são adeptos dela, o socialismo faz isso para todos. O socialismo funciona como esponja: hoje o capitalismo está embebido de socialismo. No tempo que meu irmão Roberto — que era católico de esquerda — começou a trabalhar, eu era moço, ele era tido como comunista, por dizer que no Brasil tinha miséria. Dizer isso era ser comunista, não estou falando em metáforas. Hoje, a Federação das Indústrias, Paulo Maluf, eles dizem que a miséria é intolerável. O socialismo está andando… não com o nome, mas aquilo que o socialismo quer, a igualdade, está andando. Não aquela igualdade que alguns socialistas e os anarquistas pregavam, igualdade absoluta é impossível. Os homens são muito diferentes, há uma certa justiça em remunerar mais aquele que serve mais à comunidade. Mas a desigualdade tem que ser mínima, não máxima. Sou muito otimista. (pausa). O Brasil é um país pobre, mas há uma certa tendência igualitária no brasileiro — apesar da escravidão — e isso é bom. Tive uma sorte muito grande, fui criado numa cidade pequena, em Minas Gerais, não tinha nem 5 mil habitantes quando eu morava lá. Numa cidade assim, todo mundo é parente. Meu bisavô era proprietário de terras, mas a terra foi sendo dividida entre os filhos… então na minha cidade o barbeiro era meu parente, o chofer de praça era meu parente, até uma prostituta, que foi uma moça deflorada expulsa de casa, era minha prima. Então me acostumei a ser igual a todo mundo. Fui criado com os antigos escravos do meu avô. Quando eu tinha 10 anos de idade, toda pessoa com mais de 40 anos tinha sido escrava. Conheci inclusive uma escrava, tia Vitória, que liderou uma rebelião contra o senhor. Não tenho senso de desigualdade social. Digo sempre, tenho temperamento conservador. Tenho temperamento conservador, atitudes liberais e ideias socialistas. Minha grande sorte foi não ter nascido em família nem importante nem rica, senão ia ser um reacionário. (risos).

Para ler a entrevista completa acesse: https://vermelho.org.br/2017/05/12/o-socialismo-e-uma-doutrina-triunfante-diz-antonio-candido/

O que dá pra dizer depois de uma entrevista dessa? Eu não sei se sou capaz de dizer algo tão instrutivo, mas sei que não será nada comparável ao nível de comunicação que Antônio Cândido possuía, na verdade, quero mais é amplificar as ideias contidas nessa entrevista e causar, quem sabe, uma torcida no nariz das pessoas que tem ódio contra o socialismo. Plantar uma semente da dúvida se elas lerem esse texto até o final.

Não é por mal, é para sair do senso comum. Para desmascarar uma lavagem cerebral que vem acontecendo.

Falar sobre socialismo hoje é quase um pecado, tamanho o efeito da demonização que a política atual conseguiu encrustar no cérebro da população.

Mas será que o socialismo é de todo modo assim tão horrível e cruel? Veja bem, não acho que o socialismo é uma solução definitiva, mas também não é por isso que vou defender o capitalismo.

Não é que o capitalismo não produza coisas boas às vezes, e ao contrário do que diz Antônio Cândido, não acho que o capitalismo seja desumano. Ele tem humanidade sim, pois por trás de qualquer ideologia, sempre existem pessoas reais, seres humanos vivos e cheios de problemas, mas, acaba que a ideologia corrompe quase sempre todos nós, e acontece de modo tão mascaradamente, que parece até uma mensagem subliminar induzindo o nosso comportamento, atuando no inconsciente coletivo.

O discurso evolucionista, a progressão tecnológica, a qualidade de vida, tudo isso nos engana, pois eu questiono: quem é que recebe esses avanços? Quem se beneficia disso hoje? Quem já se beneficiou mais disso? Quem vai se beneficiar?

Temos uma tendência na ponta da língua de dizer que todo mundo. Mas, será mesmo?

Invertem-se os papéis, temos que nos adaptar à uma ideia ou ideal, onde deveríamos, ao invés, buscar mudar as ideias ou ideais, achar uma nova solução, com uma nova mentalidade.

Pense comigo, o capitalismo não foi uma herança imposta pelo universo, ou uma criação sagrada, não surgiu como imutável e nem todos sempre nasceram embaixo dele. Foi uma ideia, de uma pessoa ou de uma comunidade, que resolveu se organizar economicamente dessa forma, pois existia uma maneira anterior que não dava conta do recado para resolver os problemas da sua época. Ela causava mais dor de cabeça do que curava.

Será que o capitalismo também já não se encontra assim? Será que já não é preciso transformar a nossa consciência para resolver os novos problemas que capitalismo causa? Para toda solução que nós criamos, um novo problema surge, como podemos superar o capitalismo? Como mudamos o nosso estado mental para se adaptar ao que emerge do novo?

Eu queria que alguém me dissesse agora: “aaah seu comunista!”. Comunista, eu?? Depois de ler essa entrevista eu me sinto muito mais preso nos hábitos capitalistas do que qualquer outra coisa. Sou capitalista. Infelizmente. E eu não encho a boca para falar isso, que sou capitalista, pelo contrário, sinto-me hipócrita.

Pois estamos o tempo todo falando sobre a luta por mais igualdade, mas na hora do “vamo vê”, na hora que a oportunidade aparece, o famoso “oportunista” também aparece, para ganhar em cima, dar uma de esperto, afinal, o mundo é dos espertos, não é mesmo? Nem se cogita pensar sobre esse padrão, só seguimos esses impulsos dentro de nós, que nos enfeitiça e nos manda replicar o que todos fazem.

Gostamos de nos sentir superiores, gostamos quando nosso individualismo grita querendo atenção e então servimos a ele como um escravo. Dá satisfação nos satisfazer.

Não tem coletivo, não tem o que é melhor para todos, não tem de ouvir as minorias. Se eu estou ganhando bem, se eu to me superando e superando os outros à minha volta, aí sim, eu sou um cara de sucesso. Sinto-me realizado.

Dane-se a vida, do que adianta viver se não vamos ter dinheiro no bolso? Como vamos sobreviver nesse mundo competitivo se não somos submíssos ao poder? Se não for através do poder…

Se não podemos comprar coisas que queremos, produtos, comida que seja, que nos fazem bem, que nos dão prazer? Nós trabalhamos para isso, nós recebemos para isso.

Se eu não puder me divertir e não puder fazer as minhas coisas, qual é o sentido de eu acordar todo o dia e trabalhar 8h por dia no mínimo, independente se eu estou dono de algo hoje, ou se estou empregado amanhã, quero ter as coisas, quero possuir as coisas.

SERÁ QUE EU SOU ASSIM MESMO? SERÁ QUE NÓS SOMOS ASSIM MESMO? SERÁ QUE QUEREMOS SER ASSIM MESMO?

Você consegue perceber a diferença? A pergunta é sobre SER, e não sobre o que queremos TER.

No Brasil, nós falamos a língua do pê, citando Antônio Cândido, só que agora em um outro texto onde ele interpreta O Cortiço de Aluísio Azevedo.

Língua do pê?

Sim:

“No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários três P.P.P., a saber, Pau, Pão e Pano” — dizia Antonil no começo do século XVIII, retomando o que está no Eclesiastes, 33, 25, como assinala Andrée Mansuy na sua edição erudita (“Para o asno ferragem, chicote e carga; para o servo pão, correção e trabalho”). No fim do século XIX era corrente no Rio de Janeiro, como dito humorístico, uma variante mais brutal ainda: “Para português, negro e burro, três pês: pão para comer, pano para vestir, pau para trabalhar”.

A estruturação ternária é tão forte, que o primeiro impulso é transformá-lo num (fácil) poema Pau-Brasil, à maneira de Oswald de Andrade:

Mais-valia crioula

Para

Português negro e burro

três pês:

pão para comer

pano para vestir

pau para trabalhar.

Para entender melhor essa contaminação cultural, Antônio Cândido explicita:

Consequência: o que é próprio do homem se estende ao animal e permite, por simetria, que o que é próprio do animal se estenda ao homem. Pão para o homem e também para o burro; pano para o homem e também para o burro; pau para o burro e também para o homem. Conclusão: não se trata de uma equiparação graciosa do animal ao homem (à maneira das fábulas), mas, ao contrário, de uma feroz equiparação do homem ao animal, entendendo-se (e aí está a chave) que não é o homem na integridade do seu ser, mas o homem=trabalhador. O dito não envolve, portanto, confusão ontológica, mas sociológica, e visa ocultamente a definir uma relação de trabalho (ligada a certo tipo de acumulação de riqueza), na qual o homem pode ser confundido com o bicho e tratado de acordo com esta confusão.

E continua, mais à frente:

Mas a esta altura é preciso voltar ao dito dos três pês não só para reafirmar o alegado, isto é, que pode ser útil para compreender o universo d’O Cortiço, mas para insistir no seu baixo caráter de formulação ideológica.

O tipo de gente que o enunciava sentia-se confirmada por ele na sua própria superioridade. Essa gente era cônscia de ser branca, brasileira e livre, três categorias bem relativas, que por isso mesmo precisavam ser afirmadas com ênfase, para abafar as dúvidas num país onde as posições eram tão recentes quanto a própria nacionalidade, onde a brancura era o que ainda é (uma convenção escorada na cooptação dos “homens bons”), onde a liberdade era uma forma disfarçada de dependência.

Daí a grosseria agressiva da formulação, feita para não deixar dúvidas: eu, brasileiro nato, livre, branco, não posso me confundir com o homem de trabalho bruto, que é escravo e de outra cor; e odeio o português, que trabalha como ele e acaba mais rico e mais importante do que eu, sendo além disso mais branco. Quanto mais ruidosamente eu proclamar os meus débeis privilégios, mais possibilidades terei de ser considerado branco, gente bem, candidato viável aos benefícios que a Sociedade e o Estado devem reservar aos seus prediletos. Se estiver na camada de cima, asseguro deste modo a minha posição e desmascaro os que estão por baixo: portugueses pobres, gente de cor, brancos do meu tipo que podem cobiçar o meu lugar.

Se estiver em camada inferior, devo gritar ainda mais alto, para me fazer como os de cima e evitar qualquer confusão com os que estão mais abaixo. Por isso eu empurro o meu vizinho de baixo e sou empurrado pelo de cima, todos querendo sofregamente ganhar o direito de serem reconhecidos nos termos implícitos do dito espirituoso.

Referência: Antônio Cândido, DE CORTIÇO A CORTIÇO, Novos Estudos nº 30, p. 114, 116, julho de 1991.

Como devem ter percebido, a ferradura linguística é doída, chega a torcer o estômago, pegando até asco de quem pensa assim ainda.

É o famoso jeitinho brasileiro somado com o complexo de vira-lata. Que bela herança recebemos e estamos deixando para as próximas gerações, hein!? Que boa forma de ser reconhecido, que deleitosa idiossincrasia que, nós, brasileiros, temos!

Mas, vamos tentar não julgar, eu gosto de pensar que é um processo, uma tomada de consciência que não tem uma ordem, é confuso mesmo, chega a ser irracional. Está no campo do sem-sentido, porque se você se questiona como chegamos a realizar tamanho estrago, com tanta ignorância e ódio, você se pega em um canto entre duas paredes sem ter para onde ir, e só nos resta aceitar que essa é a nossa herança histórica, nós não temos a capacidade moral para entender a maldade no mundo, a maldade que somos capazes de fazer pelo status que possuímos, pelo poder soberano que conquistamos, pela riqueza material, pelos números cada vez maiores na conta bancária.

E quem paga a conta? É o preto, burro, trabalhador.

Claro que se fossemos estender a crítica entraria aqui uma enorme fila de diferentes classes sociais e economicas que também são deixadas de lado e sofrem com a exclusão social, mas não é o foco aqui, até porque eu não seria competente o suficiente para demonstrar todas as lutas que nosso povo luta e já lutou.

Eu preciso dizer: a única chance de mudar esse cenário cruel é fazer diferente, não no futuro, mas agora. Se deixar pro futuro, a tragédia continuará.

Para finalizar, acredito ser de grande importância, dizer quem foi Antônio Cândido de Mello e Souza:

Em 1942 ingressou no corpo docente da Universidade de São Paulo (USP) como assistente de ensino do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II, onde foi colega de Florestan Fernandes. A partir de 1943 passou a colaborar com o jornal Folha da Manhã, em que escreveu diversos artigos e resenhou os primeiros livros de João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector.

Em 1945, obteve o título de livre-docente com a tese Introdução ao Método Crítico de Sílvio Romero e, em 1954, o grau de doutor em Ciências Sociais com a tese Parceiros do Rio Bonito, ainda hoje um marco nos estudos brasileiros sobre sociedades tradicionais. Entre 1958 e 1960 foi professor de literatura brasileira na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis, hoje integrada à Universidade Estadual Paulista.

Em 1961 regressou à USP e, a partir de 1974, torna-se professor-titular de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (assim denominada a partir de 1970) da USP, sendo responsável pela formação de grande parte da intelectualidade nacional, direta ou indiretamente. Entre os seus discípulos estão Antônio Lázaro de Almeida Prado, Fernando Henrique Cardoso, Roberto Schwarz, Davi Arrigucci Jr., Walnice Nogueira Galvão, João Luiz Lafetá, Antônio Arnoni Prado e Antônio Luiz Cagnin entre outros.

Prêmios:

-Prêmio Jabuti (1960, 1965, 1966, 1993)

-Prêmio Internacional Alfonso Reyes (2005)

-Prêmio Juca Pato (2007)

-Prêmio Camões (1998)

-Prêmio Machado de Assis (1993)

(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Candido)

Além disso, no período de início da sua trajetória intelectual, conviveu com grandes nomes, professores estrangeiros vindos ao Brasil para ajudar a consolidar a Universidade de São Paulo: Lévi-Strauss, Roger Bastide, Jean Gagé e Fernand Braudel.

Falando mais sobre isso, deixo um vídeo de um curto depoimento que ele deu nos seus momentos finais de vida:

Fecho, por fim, com um questionamento, quem é que forma a sua opinião hoje?

K.

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K.

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