Estudo do termo desconstrução por meio da Filosofia de Derrida.

HISTÓRIA DA FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA IV

Trechos relevantes: 

[…] o que acontece após desconstruirmos um texto ou discurso? Será que os discursos são totalmente destruídos? Ou a desconstrução nos ajuda a decompor os discursos, dissolvê-los, revelar pressupostos e contradições, de uma forma que possamos outrora reorganizá-los e empregá-los novos questionamentos, portanto, novos significados, até mesmo para que os significados sejam suficientes por eles mesmos, sem a necessidade de ter um significante por trás, e então seguirmos numa ampliação do entendimento sobre um determinado tema ou objeto de estudo?

Derrida nos indica que praticar a desconstrução, é preciso adoar uma estratégia de releitura principalmente daquilo que dado como fixo-imutável, uma certa ruptura que a ideia de verdade absoluta presente no pensamento ocidental, sobretudo, quando pensamos a metafísica, esta que dominou o pensamento filosófico por muitos anos. Desse modo, a fim de questionar, desestabilizar, criar objeções e mostrar a possibilidade de argumentos contrários, Derrida utiliza da desconstrução quando quer explicitar o jogo que a linguagem permite, isto é, a possibilidade de conceitos e discursos poderem ser sempre usados em outros contextos, permitindo uma outra leitura da realidade, a depender do modo como se interpreta aquilo que está sendo dito (ou escrito).

Além disso, a desconstrução parece combater um tipo de sistema de pensamento estruturalista, logocêntrico, fonocêntrico, que considera que a comunicação é um transporte de um único sentido, e que se possível, portanto, a chegada à uma verdade original ou verdade absoluta. De maneira geral, em outras palavras, é a noção que partindo do significante, que se aprende o seu significado. A desconstrução parece ir contra essa posição estruturalista.

A leitura desconstrutora, portanto, nos ajuda a desestabilizar os centros das estruturas, ou, indo mais além, anular a possibilidade da existência de algum centro na linguagem, de um lugar privilegiado que poderia deter o significado transcendental, ou seja, todo o universo da metafísica ocidental. Um artifício que nos municia para reconhecer as dissimulações ou metáforas impostas nas leituras essencialistas, dando abertura para um outro possível, uma alteridade, diversificada, marginalizada, às vezes invisível, contudo, que ainda se faz presente, graças aos olhares minuciosos […]

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